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Três razões para a penitência

  • Irmão Agostinho
  • 19 de mar. de 2020
  • 3 min de leitura

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PAX

Meus caríssimos irmãos,


Hoje não venho falar sobre liturgia, sobre o direito canônico ou nada a respeito, apenas externar uma preocupação da qual todos devem estar fartos, mas poucos se põem a pensar de modo cristão: o coronavírus.


Estamos em tempo de epidemia. Epidemia de uma doença nova, à qual ninguém está imune, que sem os devidos cuidados não demora em tornar-se uma pandemia. Nestes tempos Deus nos convida a refletir sobre a transitoriedade da vida, sobre o que é a única coisa necessária – i. e. a salvação da nossa alma e a aproximação com Deus – e a pedir-lhe misericórdia.


Ora, Santo Tomás explica, na Suma Teológica, que a vontade de Deus é soberana, que Ele não precisa das nossas orações, mas que as quer. Um mistério da divina vontade. É Ele próprio que as pede de nós, e nossas orações colaboram com a graça divina para fazer multiplicarem-se os dons que Ele já deseja previamente nos dar. E o que a Igreja pede em tempos como estes? Ela pede quatro coisas: (1) que nos livre da doença em questão; (2) que a vençamos, caso sejamos infectados; (3) que, se for chegada a hora da nossa morte, ela nos encontre preparados para darmos contas a Deus de nossas vidas e (4) que seja a oportunidade de deixarmos florescer as virtudes cristãs da caridade e da oração, que nos afastemos do pecado e, repito, nos aproximemos de Deus.


Mas há um modo de exercer a caridade, um modo extremamente excelente, mesmo confinados em quarentena: o oferecimento de nossas cruzes. Ora, entre as obras de caridade espirituais figura que devemos rezar a Deus pelos vivos e pelos mortos.


Convido o leitor à reflexão: quantos fiéis mundo afora estão infectados com a doença, quiçá com a morte a esperá-los em um dia ou dois, e que estão afastados de Deus sabe-se lá por quais motivos. Ah, quantos condenados. A Virgem Maria aparece em Fátima justamente nos tempos em que as portas da apostasia se abriam, recordando a urgência de rezar pela conversão dos pecadores. Ademais, não somente rezar. É preciso que façamos penitência pela conversão deles.


Em Fátima Nossa Senhora anunciou que se determinadas medidas fossem tomadas seríamos livres do flagelo da Segunda Guerra Mundial, assim como do comunismo que emanou da Rússia. Em La Salette ela nos advertiu que se os homens continuassem a trabalhar ao domingo, a proferir blasfêmias e outras infidelidades todos seríamos castigados. Em contrapartida compreendemos que se fizermos o que Deus deseja, se formos assíduos na oração e na penitência, Deus irá fazer tremendos prodígios.


Estamos na Quaresma. É o tempo litúrgico em que somos convidados a viver uma perfeição maior do que nas outras épocas do ano. De igual maneira, as sextas-feiras também são dias de especial penitência durante todo o ano. Mais que isso, estamos em um tempo de calamidades, no qual almas se precipitam no abismo por não terem quem reze e se mortifique por elas. Três razões para a penitência: a Quaresma, a sexta-feira, a conversão dos pecadores neste tempo de epidemia.


Ah, quão augusta a nossa missão! Vamos! Não nos deixemos acuar pelos medos. Façamos o que Cristo fez, que foi entregar-se por nós. Dediquemos nossa vida à conversão dos homens! Levemos mais almas ao Céu! O povoemos de almas benditas que rezem por nós na terra! Façamos jejuns, ardentes orações, penitência e mortificação, sendo generosos para com os irmãos. Deus não hesitará em um dia nos premiar com a coroa da beatitude.


Que nessa sexta-feira, portanto, possamos nos lembrar do que a Igreja pede a Deus em tempos de epidemia, do que a Virgem pede de nós para a conversão dos pecadores. Façamos por colaborar com a graça de Deus.


UIOGD















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Criado em 11/07/2017. Direitos de reprodução reservados.

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